
Se eu pudesse mudar algo no meu eu, começaria de dentro para fora, pois é onde estou dilacerada. Pior que o meu nariz, está a minha mente. Não quero me tornar modelo pela minha aparência e pelo fato de eu ser alta principalmente, quero ser alguém pela minha vocação e não quero me tornar um padrão de beleza. Sei que me faria bem para a autoestima, porém mais pessoas morrerão, por não serem do mesmo formato. Queria não ser refém de doenças psíquicas, porque não sei explicar a causa e como me sinto, só sei que queria ser diferente. Talvez no Budismo, eu me reencontre, se não for tarde de mais já. Quem sou eu? Não sei, o meu verdadeiro eu, está a deriva dentro de mim, em meio a tamanha melancolia. O sentimento de vazio é algo que já faz parte da minha vida. Três semanas se passaram e nada mudou. Não me tornei útil e nem encontrei uma causa para lutar, estou questionando o porquê da minha existência. Mas lembro das palavras da minha psicóloga, do quão útil posso ser e como seria se eu estivesse morrido. Minha família ficaria devastada e os animais, eu não consigo imaginar, não sei se seriam bem tratados, como hoje são. A Hannah fica no quarto comigo e a cada dia sinto ela mais autoconfiante, algo que ela necessita. Quando estou com a Hannah por 1h esqueço que sou depressiva e até a minha ansiedade diminui, porém é muito evidente que ela nota quando não estou bem e só consigo abraça-la. Gostaria que a indústria farmacêutica produzisse algo semelhante o que sinto quando estou com ela. Nem um alucinógeno séria capaz de me levar a total êxtase, como quando estou com um animal. Vou continuar procurando ONGs, não ligo se me chamam de louca, pois faço por eles, que necessitam e não para agradar aos demais ou muito menos ganhar o prêmio Nobel. Apenas irei lutar por eles, se a depressão não me impedir novamente.