A saudade não pode ser descrita de uma única forma, ela é sinônimo de bons momentos, que não voltaram a ser vividos. Não igual a primeira vez. Toda saudade deve ser respeitada. Embora ela seja por um animal, objeto, lugar, tempo ou pessoa, ela é horrível de ser sentida, pois é algo que fez parte de você.
Eu sinto saudades de um tempo que jamais voltará, se a física conseguir realizar a proeza de poder voltar no tempo, sou incapaz de escolher um único momento. Pois quando lembro de certos momentos, eu simplesmente me sinto melhor, revivo eles na minha cabeça, algo meio bizarro, porém eles me confortam.
Isso torna o meu presente mais agradável, ainda crio novas recordações e depois fico presa nelas também. O futuro me assusta e o passado me fez tão bem um dia, que hoje, fico mal por não poder revive-lo. Isso torna o meu presente um inferno.
Eu descobri a morte logo cedo, fui culpada e ainda sinto esse sentimento, embora eu não saiba se ele seria capaz de dar a vida dele pela minha. Eu amava o meu avô e ele partiu quando eu tinha 2 aninhos, na época me falaram que ele tinha ido para o céu, então toda tarde eu ia esperar ele, pois pensava que o céu era tipo como uma viagem de ida, sem saber o dia de sua volta e eu esperei por meses.
Eu amava o antigo serviço da minha mãe. Eu me tornava outra pessoa lá. Eu era falante, extrovertida e interagia facilmente; ao mesmo tempo eu me tornava irritante. Mesmo eu passando grande parte do dia no quarto, com os meus brinquedos, eu sentia uma certa liberdade interior e felicidade, só por estar lá, eu sentia isso e uma maior conexão com a minha mãe.
A morte não se contentou em levar o meu avô e amigos apenas, levou 3 animais de estimação. O mais triste foi o Bob, sem dúvidas, chorei muito.
Enfim, os melhores momentos eram os de alegria. Eu era semelhante a uma concha de ostra e o meu interior ficava parecido com uma perola, pelo bem que eles me faziam e me fazem, além de serem raros de serem vividos, entretanto, às vezes sou apenas uma concha vazia, que está à deriva no mar.