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O peso da dor


Em uma vila pequena havia um homem, que se chamava Pedro, todavia sua história era conhecida naquele pequeno local e chamava a atenção de todos.

Ele tinha motivos para chorar todos os dias, mas Pedro enxergava a cada amanhecer como uma nova oportunidade, desde garoto foi muito sonhador, mesmo sem haver família ou cercado de amor, ele sorria para todos ali.

Em algumas noites o choro era inevitável, entretanto não eram lágrimas de fraqueza. Era apenas uma maneira, de Pedro colocar para fora a sua tristeza, que algumas vezes queriam se tornar maior do que seus sonhos.

Toda manhã, ele cumprimentava o Seu João da padaria, o Seu Cláudio da fruteira, a Dona Joana do mercadinho e todos que ali passavam em seu trajeto a sua tamanha felicidade, era contagiosa e intrigante. Eu mesma, não compreendo o porquê de tantos sorrisos, ao invés de lágrimas, não que eu não goste da felicidade dele. Entretanto, era impressionante.

Talvez, seja porque Pedro olhava a cada entardecer, como o final de uma etapa, que jamais poderia ser voltada e modificada, do que se foi vivido, apenas absorvia as lições do ontem, no seu hoje e o que fazia ele levantar da cama, eram os seus sonhos, que o moviam até chegar onde ele chegou.

Eu conheço um, dois ou três Pedros. Além do mais, por ironia do destino me consolam e me motivavam, em meus dias difíceis. Eles não entendem o motivo da minha tristeza e nem eu o da sua alegria. Entendo o porquê da irá deles, é difícil e parece tão banal a minha dor comparada com a deles, que acabam se revoltando. Porém, não existe uma balança para pesar a dor, ela é carregada por cada um, só quem a sente sabe o peso dela, mesmo que possa ser a “pior” dor; existe superação e cicatrização para elas, todavia isso ocorre no seu tempo.

Eu não escolhi a minha dor e nem doenças, assim como vocês Pedros não escolheram passar por certas ocasiões em suas vidas. Apenas respeite, o tempo do próximo, assim como eu não pego um caco de vidro e esfolo as suas cicatrizes, pois é o que vocês fazem quando dizem que minha dor é sem motivo, dilaceram a minha alma.

Criado por Erika Galvão, 2024.

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