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Eu não consigo escrever muito, a minha nova medicação me limita até um ponto que nem eu sei explicar. Não tenho muitos pensamentos suicidas, aliás não penso em nada quase, pois tenho dificuldade para me concentrar. Dói, porque eu gosto de escrever e de me expressar assim.
Pode parecer bobagem, entretanto a escrita me ajuda a inibir pensamentos autodestrutivos, algo que realmente consegue me deixar leve de todo fardo.
Cada vez mais, eu consigo concluir que a solidão é a melhor opção, me sinto um fardo dopada. Eu não me adapto com a medicação, poderia escrever um texto lindo dizendo quão bom é tomar remédios, pois meus pais pensam que me orgulho disso.
Entretanto, eu consegui chegar em um ponto que preciso de um antipsicótico para viver “normalmente”. Minha mente provavelmente me matará, pois ela me sufoca a ponto de precisar inibir os meus pensamentos, com remédios. Eu me sinto uma drogada assim e isso não é vida, sinceramente me sinto cansada disso tudo.
Eu sou a pessoa que precisa ser analisada e diagnosticada com algo, porque as pessoas me veem como um ser estranho, sendo que isso é triste e revoltante. Não estou falando pelo o que eu escuto das pessoas, que não vivem o que eu vivo, é assim que eu realmente me sinto e me vejo.
Não preciso de alguém para estar comigo em meio as crises, pois me sentiria egoísta e eu não quero levar outras pessoas, que são diagnosticadas como normais para o poço. Posso chorar por ser uma aventura para os outros, mas isso é o que eu devo ser.
Desde pequena aprendi a me sacrificar pelos outros, então não consigo esquecer isso. Embora eu tente, acabo fazendo as coisas pelo bem-estar alheio, mas no final eu sofro e dói muito. É uma dor crônica, porém sempre tenho esperanças de alguém olhar para mim e dizer que agora ficara porque eu necessito, entretanto estou começando a crer que ninguém fará isso.