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Carta da senhora depressão


Olá! Eu sou uma velha amiga, que ninguém gosta de receber. Não me recepcionaria com um banquete, me perdoe pelo meu vocabulário ultrapassado... É que sou meio antiga, desde a maçã, porém só hoje sou conhecida. Ninguém me vê, já outros pensam que eu sou um mito.

A minha maior diversão é roubar “o sentir” das pessoas ou alimentar um passado que já acabou. Estou rindo, podem me chamar de maníaca, porém é assim que me alimento. O meu jogo é sugar toda a felicidade das pessoas, até elas morrerem; ou no final elas acabarem tirando a sua própria vida.

Ainda sou vista como tabu e eu sou pouco conhecida, nesse meu jogo existe duas opções: você aprende a conviver comigo e anda comigo nesta gangorra; ou você desisti de tudo, inclusive de si mesmo. Não existe meio termo. Não preciso ser chamada através de uma ligação, eu simplesmente me sento e aguardo a hora certa de chegar. Amo ser consoladora!

Chego vagarosamente, a pessoa nem liga e pensa que é algo normal, então vou sufocando ela lentamente. Usufruo de cada parte do cérebro dela, mas é apenas "algo passageiro". Pareço ser má, porém está é a minha vida, você caça ou você vira a caça. Eu sou um ser solitário, sei que você não possui culpa, todavia eu preciso tentar me preencher, transformando os outros em criaturas vazias, conheço melhor do que vocês imaginam esse lugar inabitável isolado.

Não quero a sua amizade e nem compreensão, apenas quis contar a minha versão. Aliás... Prazer, me chamo Depressão! Também conhecida como "o mal do século" se preferir, nunca estive tão em alta quanto estou agora, porque não quero voltar para aquele buraco vazio e solitário. Embora alguns lutem, nem todos saem vencedores nessa guerra, pois sou persistente e meio sádica.

Criado por Erika Galvão, 2024.

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