"A Erika está louca!"
Eu realmente estou cansada de ouvir está frase, a pior parte é que em alguns momentos eu acredito nisso e me sinto tal. Sinto vontade de me internar em uma clínica, talvez lá eu não seja tratada como uma louca qualquer, embora que isso não importe. Dói muito cada uma dessas atitudes de tentarem me fazer passar por insana.
Sou toda errada, mas não perdi completamente o senso de realidade e nem a minha capacidade de raciocinar. Eu sei o que vi e ouvi, sou diferente em alguns aspectos, talvez bom; ou ruim. Isso só você pode definir para você. Não é à toa que sou solitária, detesto pré-julgamentos e me relacionar com os demais.
Prefiro a solidão do que ouvir críticas, sendo que não pedi e nem são construtivas, ao contrário são destrutivas. Eu creio que talvez, o melhor seja eu ser internada, pois existe a possibilidade de os sãs estarem lá e os loucos aqui. Em meio a tudo isso, eu sinto raiva muita raiva, porém é de mim mesma, me sinto culpada de ser o que sou. Todavia as pessoas me transformaram nisso.
Fui chamada de monstro tantas vezes que eu acreditava ser, até que um dia a minha psicóloga conversou comigo, porque eu estava virando algo que eu não era, por conta de comentários infelizes, que me transformam em pó. Eu convivo com demônios, porém não sou um.
Um antipsicótico para me deixar sem a capacidade de raciocinar, assim me transformaram em um boneco de ventrículo, sem cérebro. Ainda consigo lembrar e reviver involuntariamente os maus momentos na minha mente, porque estou limitada a criar novos. Nem textos ou entretenimentos posso planejar, me sinto incapacitada, já pensei em desistir de tudo, aliás penso diariamente. Infelizmente, o remédio não exerce o efeito almejado por todos, a minha atração pela morte é imensa ainda.
Tudo perdeu a graça, o mundo perdeu a graça. A minha depressão provavelmente é crônica, também conhecida, como distimia esse estado depressivo. Então me escondo atrás do sarcasmo ou em uma bolha solitária. As pessoas querem que eu sorria, sendo que eu quero chorar apenas almejam isso por despeito. A verdade é que elas não ligam, nem para você e muito menos o seu interior, apenas querem ficar bem consigas mesmo, algo completamente narcisista.
Eu prefiro voltar para um curso, que não é o que eu quero; do que dar satisfações da minha vida ou ouvir críticas, comentários, adjetivos e ofensas. Eu não quero ouvir um conselho de qual caminho eu devo seguir; ou não, simplesmente quero criar o meu próprio foco, pois estou perdida e cansada. É como se eu estivesse saído da minha casa sem um GPS ou mapa, apenas eu estou lá trilhando sem um rumo. E sabe até onde serei levada? A nada, devido a perda da minha própria essência no princípio.