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Emaranhado de gato


Em um vasto salão, dançava ao som de uma música empolgante, a dúvida dançava de um lado ao outro. Ela dançava como se a música a guiasse com seu parceiro o medo, que ao contrário dela, se guiava sozinho. Era um espaço confuso difícil de se movimentar, com muitas curvas. A dúvida tinha um olhar tímido, porém não a julgue pela capa; enquanto o medo transmitia autoconfiança.

Eles formavam um belo casal, entretanto eram devastadores e indesejáveis, pois no lugar que passavam, deixavam marcas irreparáveis. Não eram dóceis e gentis, simplesmente dançam sem autorização em nossa cabeça, andam de um lado ao outro criando emaranhadas camas de gato. Você não pode desligar a música e dizer a festa acabou, porque são eles que decidem isso. E não, você jamais os convidou, são visitantes inesperados e persistentes.

Você pode ir ao psiquiatra e tomar a dose de veneno mais forte contra eles e ainda assim permaneceram ali, vivos; ou então ir em neurologista, para ele abrir a sua cabeça e tentar arranca-los, porém, olho algum o verá lá dentro. Não sinta culpa, afinal ninguém é culpado por um câncer, ao contrário, é vítima de uma doença devastadora. Se seu papagaio julga seu problema como uma escolha, se afasta o mais rápido possível dele. Visto que outras pessoas passam por isso, afinal depois de muitos estudos e pesquisas está concluído, que é uma doença, assim como o vírus do câncer dança em algumas veias. No meu ponto de vista, o câncer e os transtornos psíquicos estão em uma mesma escala, pelas suas características serem semelhante: o câncer pode ser tratável e ao mesmo tempo ele pode se espalhar, e então acabar criando um imenso problema. Já a depressão (um exemplo especifico) pode ser tratável e semelhante ao câncer, pode se agravar e te levar a morte. E o fato mais incomum, ambas as doenças não tem cura, apenas tratamento.

Não seja um egocêntrico que menospreza a dor dos outros e acredita que a sua dor é a piorar, pois a dor é como uma escova de dentes, cada um tem a sua e deve ser respeitada, pois todos temos demônios.

Criado por Erika Galvão, 2024.

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