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Aquele dia...


Sabe aquele dia? Aquele dia que você não quer nem levantar para ir ao banheiro. Que você olha para o seu gato e você nota, que ele senti o mesmo que você e te entende. Aquele dia que seu cachorro não faz festa para você, pois ele nota que não é propenso naquele momento. Então você olha a pia e a geladeira, mas não quer nada, só voltar para a sua cama e então ficar lá até o dia da sua morte.

Eu vivo esses dias constantemente, já me vi morta de inúmeras formas, mas não consegui tentar nada. Eu olho para o meu irmão caçula, eu imagino o tanto de coisas que ele acumula, nunca fez terapia, e daí ele encontra a irmã dele morta. Sinto que estaria fugindo da minha dor e passando para eles, e não creio que seja justo. A minha família não tem culpa por eu ser assim e pelo que eu passei, ou mesmo as minhas escolhas.

Minha mãe iria ao céu e ao inferno por mim, disso tenho total certeza. Ela está sempre buscando tratamentos, mas eu desacreditei, então vou por eles e finjo estar estável. É uma sensação única, ver eles sorrindo e fazendo piadas. Nesse momento é como se eu saísse da minha jaula e me libertasse das torturas psicológicas e conseguisse ouvir nitidamente e apreciar cada momento como algo único.

Sinto orgulho de cada um deles, cada um deles foram moldados de uma forma com a vida, ninguém é igual, sim... Existe semelhanças, mas cada um se destaca por algo diferente. Tem do ateu ao fanático religioso, mas aos sábados há noite, todos se sentam em volta da mesa, dialogam e discutem. Eu me sinto a plateia em meio a todos.

Criado por Erika Galvão, 2024.

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