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Há algumas semanas, eu fui diagnosticada com o transtorno de bipolaridade II, justamente em uma época que nada estava fácil para mim. Tinha o Enem, paranoias e muita pressão. Eu não consigo aceitar esse transtorno, pois afinal o monstro do meu passado foi diagnosticado com isso e sinto que estou me transformando nele. Creio que nada poderia descrever a maneira que me sinto com isso, de todos os diagnostico esse com certeza foi o mais doloroso.
O fato de eu ser bipolar, me faz mal não pela doença, porém ao que isso me remete e não é algo bom. Embora seja um tipo não muito grave, eu necessito buscar o tratamento certo logo, pois posso piorar e isso está me machucando, pois o que as pessoas me dizem dói, então resolvi me calar. Não importa se é o melhor para mim, mas é o que eu acredito ser.
A minha vontade era de arrumar as malas e ir para alguma clínica para ficar lá, a minha mãe está com tanto medo de eu ser internada, que não quis ir ao hospital, pois existe a ala psiquiátrica. Eu sabia que estava mal, entretanto jamais imaginei que era a esse ponto e se eu não for tratada logo, isso pode ficar bem pior. Então tudo que pode agravar o meu quadro psiquiátrico, eu me afasto, pois, o estado que posso chegar é deplorável.
Nem consigo definir a minha família, em como eles estão reagindo... Bom, meus irmãos nem sabem, minha mãe chora durante as minhas crises e meu pai finge que nem liga (essa é a reação dele para tudo). Eu estou em um estado tão péssimo, que me questiono: "Por que não cometi suicídio na infância? Afinal eu poderia evitar tudo isso!". Não sei se um dia vou vencer o meu emocional, estou me sentido em uma novela mexicana, pelo menos espero ter um final feliz.
Já cheguei em um ponto, que nem pergunto mais: "Por que eu?". Cansei dessa pergunta e nada muda nunca, não sei se eu causo isso ou se sou tão ruim para ficar nesse estado. De noite, eu sinto muita vontade de amarrar as minhas mãos, pois quero me machucar fisicamente e não quero que minha mãe me veja assim. Eu estou em um estado completamente vulnerável, eu evito que pessoas más me causem mais estragos.
As pessoas sempre julgam ser mais fácil encontrar um culpado e aplicar a sua sentença, mas esquecem do estrago que a vítima se encontra ou se encontrará. Não quero culpar alguém e apontar para isso quando me perguntarem algo. Eu compreendo que foi um conjunto de coisas boas e ruins que me trouxeram até aqui e hoje, eu preciso lutar contra tudo e não, não é só levantar e seguir como os outros, aliás o problema começa no levantar da cama.