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Jornada curta


Você provavelmente irá me julgar, pelas coisas que eu fiz, mas não me arrependo, só de ter falhado. Eu tentei um novo suicídio, eu piorei muito e até me arranhava. Um amigo avisou a minha mãe sobre e, ela veio correndo e me segurou, eu parecia uma louca. Eu acreditava ter chegado no fundo do poço, porém aquilo foi além de tudo. Em seguida minha mãe conseguiu uma psiquiatra.

Resumindo e concluindo, estou dopada de tantos remédios. Eu não sei se vale a pena eu continuar, eu tomo vários remédios para dormir e até mesmo para ficar viva, eu larguei a terapia, afinal ela não adiantava de nada. Eu comecei sem nenhum remédio e acabei em dois tarja preta. A minha mãe afirma que eu amo a medicação, mas não.

Eu sei que não estou sã sobre as minhas atitudes, porém é horrível ficar consciente, sentir é uma sensação horrível e infernal. Carregar o peso do seu passado e do mundo são grandes fardos, que eu não consigo sem estar medicada. Quando eu era criança, pensava que nunca chegaria nesse ponto e isso aconteceu na juventude.

Nada me prende aqui, apenas a minha mãe luta por mim de verdade. Eu considerei uma clínica, mas teria outras pessoas e eu não quero isso. Eu realmente não ligo mais, para nada. A única coisa que vai ficar é esse blog e os meus cadernos. Todos os dias me faço a pergunta: "E se eu morrer hoje?" Eu sempre acabo pensando nos meus animais e na minha mãe.

O prêmio após o suicídio foi uma cadela de companhia, que coloquei o nome de Lorde e ela é muito fofa, dócil e destruidora, já acabou com o carregador do meu irmão, meus fones e vários chinelos. Eu estou exausta e sem esperanças para o amanhã, porque sempre é um fracasso.

Criado por Erika Galvão, 2024.

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