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Depois de um ano ainda tenho cicatrizes no meu braço, elas parecem ressentes como se fossem feitas ontem. Odeio quando um desconhecido fica encarando como se soubessem o motivo, mas na verdade são só teorias, pois não foi com eles que isso aconteceu. Eu me machuquei muito fisicamente, porque mentalmente fui enterrada por outras pessoas, que se tornaram tão mesquinhas hoje em dia. Algumas além de dor, me assustam com tanta maldade e frieza em suas atitudes, pois só causam negatividade em tudo que elas encostam.
Ninguém entende a dor do outro, mesmo usando a empatia no nível máximo. O limite de cada um não deve ser comparado pelo do outro. Não posso obrigar alguém a parar de sentir ou começar a sentir, nem posso fingir entender o meu próximo, entretanto eu também conheço a dor e sei que devemos respeitar todas elas. Eu escutei muito que era tudo frescura, que sou mimada, malandra, covarde, descrente, etc; só que essas mesmas pessoas nunca me perguntaram o que estava acontecendo comigo. Primeiro julgam e depois descobrem que foi um erro tudo que falaram, porém não dá mais para retirar cada palavra proferida. Eu não vejo isso como rancor, porque você só se lembra disso quando está deprimido e isso só te machuca mais ainda em meio a sua dor.
Cada ser lida da sua forma com os ocorridos da vida. Embora eu não compreenda, eu entendi que só EU posso mudar a minha vida, afinal é a minha vida e só nós podemos fazer acontecer o que desejamos, mas já fiquei sem força. Então percebi que precisava encontrar a minha causa, que me fizesse sair da cama diariamente para lutar, geralmente associamos isso a religião, entretanto é ir além disso. A sociedade precisa de mãos na massa para fazer a verdadeira mudança, que aguardamos sentados e motivamos os outros a fazer em nosso lugar.
Inovei e me revigorei, embora pareça fácil, não foi mesmo. Foi horrível e dolorido, porque precisa de forças e é difícil lutar contra algo invisível, que não sabemos o lugar que encontraremos ou se está voltando novamente, portanto quando volta é pior e sabe onde e quando acabar com a nossa vontade de viver. Essa guerra acaba quando desistimos e eu não pretendo desistir, afinal não cheguei até aqui atoa e dei o meu melhor em tudo que eu podia.