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Sigo ofegante, enquanto o sino ecoava sem sessar, que só aumentava. As crianças brincavam na pracinha e as mulheres conversavam entre elas, para todos aquilo era inofensivo e proveitoso, exceto para os meus ouvidos que recebiam um som infernal e a cabeça fundia. Era outro ataque de pânico, mas não tinha remédio e estava sozinha no meio daquelas pessoas, visto que ninguém notou o que se passava e eu tentava me conter.
Sinto minha pulsação aumentar e a transpiração escorria, como se estivesse chovendo ou uma esponja esgotada. Já tive piores e consegui voltar para casa, parece que estava tudo normal e eu não conseguia acreditar nisso. Ao mesmo tempo parece que tinha algo de errado, conseguia sentir mesmo sem um motivo aparente que me machuca, sinto vontade de correr e fico travada.
Antes eu gostava de ir na praça e ficar lá com as minhas amigas da época, principalmente quando ia na igreja e detestava ficar nas reuniões. Lá sempre tinha movimento e ficava ouvindo música “mundana”, ia várias vezes ao dia por não me machucar e agora é o oposto sempre que vou até lá. Tudo me deixa em pânico, não sou como antes e tenho medo de não voltar a ser como antes e tenho medo de sair e não conseguir voltar, por viver sempre com medo de tudo e não sei nem o que me assusta realmente.