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Ser a única filha menina é cansativo, ainda tem os comentários machistas. Não quero casar essa é a forma mais fácil de me irritar facilmente e me faz sentir o quão independente sou de todos, odeio lavar a louça e não preciso lavar ou ter filhos, porque existe uma máquina de lavar louça para isso. Os serviços domésticos estão mais simples, até um homem é capaz de fazer e são tão capazes quanto nós de cuidarem da sua própria cozinha.
As meninas recebem vassouras para limpar a sujeira de todos e os garotos recebem armas por nascerem com a missão de darem proteção. Sentem medo de carregar mulheres com cartuchos, pelos nossos hormônios e assim como Sansão, todos desabam pela Dalila e podem se autodestruir pelo encanto que é a arma mais velha, desde a Eva e Adão. Não nasci para procriar, apenas me defendo de alguma forma.
Não estou em dívida pela costela, pois apenas as mulheres conseguem gerar por nove meses um filho seu. A dor que sentimos é mais profunda que uma injeção ou um bisturi, parece que devemos gerar e criar, geralmente essa responsabilidade sempre é da mulher, como se ela fizesse com o dedo ou o ame menos por não passar tanto tempo.
Sempre que me falam sobre engravidar, me recuso e digo que só o dia que o homem gerar por nove meses até nascer, porque os espermatozoides não são nada comparado com a dor do parto. O tesão é só para o homem naquele momento e já a mulher se rasga pela metamorfose de um bebê, que traz responsabilidades enormes. Não quero isso para a minha vida, então todos me julgam por ser um ser horrível, porém sou realista e sei o que quero.