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Em pânico...


Parem de me olhar, já sei o que está pensando sobre o meu modo de ser. Preciso sair desse lugar, voltar para o meu quarto e nem a música me deixa calma em meio a essa multidão. Não sei o que está acontecendo, meu coração acelerado, pálida, muita transpiração e um calor intenso que me dá vontade de arrancar até a pele. Os semblantes alheios gritam pela minha cara deprimente, pareço um vampiro sedento de sangue e nesse caso é o meu próprio sangue.

O barulho me deixa perdida, acabo entrando em um caos com tanta coisa, parece que sinto cada rotação da Terra e vivo caindo, mas não sei até quando vou conseguir me erguer novamente. É exaustivo necessitar mudar tanto para me encaixar na sociedade, então esse deve ser o motivo de eu ficar isolada com a minha imaginação me levando a vários lugares.

Fiz tantas coisas malucas, que agora me questiono até o certo. Só quero voltar para casa, chorar até meus olhos secarem completamente e todo ar contaminado saía dos meus pulmões, que todo o meu corpo entre em sintonia. Nem que seja medicada para o meu sistema nervoso não me controlar e eu realmente perdi todo controle sobre a minha vida, o meu sistema nervoso é como uma bomba.

O mundo é uma catástrofe, então é normal viver em pânico de tudo. A pior parte é quando isso te trava perante a vida, enquanto vivemos cercados de desconhecidos e com perigos constantes. O sentimento de solidão é apenas mais uma prova, no laboratório tenho total conhecimento dos riscos, portanto posso gerar algo bom e que é mais útil que uma guerra, que é algo de primatas e pura insanidade criar bombas nucleares.

Esse é o lugar que eu sobrevivo diariamente, com um Rivotril na bolsa e nem sempre costumo ser agradável. Fico sentada no meu canto, calada com palpitações e a mente completamente perturbada com tantas coisas sem sentido. Não deveria ser respeitada por ser uma daquelas doenças com explicações bonitinhas ou deficiências que trazem necessidades especiais. As pessoas me torturam me impondo como deve ser a minha vida, enquanto fico mais perdida e dopada.

Criado por Erika Galvão, 2024.

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