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Presilha


No meu guarda-roupa tem uma sua presilha, no meu puxador, você nunca voltou para buscar e mantenho como recordação, realmente sou trouxa por ela me lembrar que foi feliz vivendo uma mentira que me joguei de cabeça e logo em seguida coloquei minha mão no fogo por você e ganhei queimaduras de terceiro grau.

Comecei várias vezes o seu livro, mas de tanto ler o primeiro capítulo que decorei e o restante é desgastante focar em algo que não é a história do livro, parece mais atrativo e imaginar, pois ao contrário do livro, que tem um final e o grande ponto final. Que dia que se descartar se todo material seu, você saísse da minha cabeça definitivamente para sempre e que tudo está no passado para eu seguir a minha vida com um novo recomeço, entretanto sei que não é assim que irei conseguir seguir em frente.

Só que parece que é mentira que tudo acabou de uma forma tão horrível, o quanto doeu para deixar para lá e eu lidar com os meus problemas sozinha. Passei a repetir para eu mesma que tudo se foi e você morreu, até eu te encontrar pessoalmente ou você me encontrar em alguma rede social, se transforma em algo assustador, por um fantasma estar ali. Como diz a minha mãe: -O falecido.

Apenas me restou guardar em um canto dentro de algum lugar que não me impeça de seguir em frente por conta de uma história mal terminada, só que essa dor é crônica e preciso recomeçar e me aproximar de novas pessoas, porque estou presa em algo que não faz parte do meu futuro e nunca te conheci realmente. Simplesmente amei uma mentira e não sei até que ponto foi real, você realmente me machucou de tantas formas, que não consigo contabilizar e nem descrever o quão intenso foi.

Criado por Erika Galvão, 2024.

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