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Não preciso ser tratada como retardada


As pessoas sempre me tratam como uma flor delicada, que até um simples sopro causa a queda das pétalas e que eu vou me desconfigurar toda ou me sufocar, até eu sentir a morte chegar lentamente. Nem sei como explicar, pois não sou delicada e nem sei como um pouco de pressão (não como os meus pais) poderá me levar a algum lugar, simplesmente quero ser normal e ser tratada como uma pessoa, mesmo que eu odeie certas atitudes preciso lidar com tudo. Parece que carrego uma placa no pescoço dizendo: “Garota depressiva, ansiosa e com crises de ataque de pânico. Obs: fobia social.”

Odeio olhar as pessoas nos olhos, pois é ali que encontro os demônios de alguns e o sentimento de pena, enquanto os outros são o próprio demônio. O olhar nunca muda, como se eu fosse um animal arisco, incompreensível e selvagem. Queria passar despercebida, principalmente como aluna, gosto de observar para aprender como o restante se comporta, lida e aprendo quem são realmente. Não preciso me machucar e nem me arriscar para descobrir.

Vou ficar sozinha eternamente, todos se vão mais cedo ou mais tarde, ainda dói o que os outros me fizeram e com enormes machucados, afinal as pessoas são como cicatrizes e elas são horríveis. Só que não posso usar maquiagem para esconder as marcas e ultimamente estou fugindo por estar cansado de tudo o que representa um. Eu sei que mereço isso, pois foi o meu desejo de passar por todas essas escolhas, mas sou humana e odeio não me sentir como o restante.

A depressão me torna muitas coisas, menos alguém especial por ter ela. Não existe um lado bom para viver limitada as pessoas questionam a minha capacidade para fazer algo comum, só que elas ficarem me lembrando da minha situação ou quando ficam repetindo o que não consigo. A minha síndrome de pânico que me atrasa e não preciso das pessoas para isso.

Criado por Erika Galvão, 2024.

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