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As pessoas dizem que é impossível viver sem ter amizade, eu contesto todas elas e posso afirmar que sobrevivi mesmo sem elas, completamente sozinha e dependente de eu mesma, essa é a realidade ou seja a minha realidade. As minhas grandes amizades me frustraram de uma forma imensamente cruel, desumana, algumas me esfaquearam pelas costas e outras simplesmente me ignoraram como se eu fosse um nada. Eu sempre digo que prefiro a sinceridade e não a falsidade, aquele tipo que faz a sua cova, poderia perdoar essa pessoa por ter dado esses golpes inusitados, que recebi de uma única pessoa, que eu considerei como uma irmã e ela me detonou para minha mãe. Poderia perdoar quase qualquer coisa, mas isso faz parte do que eu não consigo perdoar, ela poderia ter me frustrado de tantas formas, entretanto ela escolheu a mais baixa, uma pessoa que considerei como uma irmã, que vivia na minha casa e ainda distorcia os fatos só para "ser mais" do que eu. A cobra se criou entre nós, eu estaria mentindo se dissesse que não sinto falta da amizade dela e da conexão que nós pareciamos ter, não no sentido homossexual (ou algo do tipo), como disse ela era como uma irmã e ela simplesmente me decepcionou, assim como a minha irmã de sangue (meio sangue). Percebi que nunca vou ter uma irmã, que todas me decepcionaram e me sacanearam. Por conta disso precisei escolher entre alguém do meu passado, que me fizesse sentir que estou menos sozinha e confiável para não usar contra mim os fatos ou distorcer eles, por conta disso eu acabei escolhendo um amigo de índole duvidosa e completamente instável, , que todos fazem questão de lembrar de todos os seus defeitos e me manter o mais longe possível por conta disso.
A minha amiga de infância é a pessoa que eu sempre tive orgulho e sempre terei, pelo tamanho da força dela e por ela nunca ter pensado em desistir, pelo menos ela nunca falou isso em voz alta e eu nunca vi ela chorando pelos cantos, eu não teria a mesma força que ela e eu não tenho. Nos afastamos por seguirmos caminhos diferentes, como o fato dela ter uma filha, que é maravilhosa e que faz ela muito feliz, eu não sou do clube das mães e o ciclo social dela mudou bastante. Não deixamos de ser amigas, todavia não somos mais como antes, seguimos as nossas vidas diferentes, não significa que não sinto um grande apreço por ela pelo caminho que ela segue e é de fato a minha eterna melhor amiga. A gente viveu tanta coisa, ela vivia aqui em casa, ela nunca me traiu, ela sempre estava lá e cá, principalmente na igreja, uma vez até passou o ano novo na minha vó com a gente. Parecia que ela era também a minha irmãzinha e que eu comecei a amizade pensando que ela precisaria de mim (os meus pais me fizeram acreditar nisso para eu me aproximar). No entanto foi ao contrário e por conta da nossa idade, éramos de brincar e não de falar muito sobre certas coisas, não por eu não confiar nela. Portanto eu olhava para ela e sabia dos problemas dela, embora ela nunca tenha comentado sobre eles comigo e eu acreditava ser injusto jogar os meus problemas em cima dela. Ela sempre foi sensível e emotiva, por conta disso e de outras coisas, não quis envolver ela em coisas que foram pesadas e ela pensa até hoje, que eu não confiei nela, porque eu não confio na nossa amizade e que confiei em uma cobra. A cobra não tinha nem 1/3 da força da minha amiga de infância e a cobra só tinha problemas mesquinhos iguais a ela.
A verdade sempre aparece, quando apareceu, eu senti uma dor tão grande, por dois motivos senti ódio por ela e ódio por eu ter confiado nela. Ela sabia a verdade, ainda assim distorceu os fatos e jogou a minha mãe contra eu mesma, talvez seja por ela nunca ter tido ou ter uma aproximação com a mãe dela e nem mesmo respeito. As pessoas criticam tanto alguns como se fossem um saco de porrada para amenizar as suas falhas e criam monstros sem precedência, ainda fazem a palavra perder o seu sentido literal e tornam um adjetivo comum. Assim esquecemos dos vacilos de certas pessoas próximas, aquelas que nos empenhamos pensando sermos amigos e eles retribuíram com a sua podridão, atualmente essa pessoa não tem amigos, porém não é pelo mesmo receio que eu ou falta de conexão. Ela acredita ser superior em tudo, que todos são seus capachos e só ela é merecedora de ser notada, ela prefere causar de forma negativa somente para ganhar a atenção, poder e esquece que o mundo dá voltas, e que nessas voltas a gente pode ser derrubado, por conta da causa e reação de nossas escolhas. Jamais menosprezei a realidade alheia, desde pequena aprendi que o problema dos outros não é meu, que quando as escolhas deles não me afetam, eu não tenho motivos para diminuir ou enaltecer os outros, exceto por impulsos de momento. Principalmente a minha mãe adora criticar os meus ex, como se eles fossem as únicas pessoas que me feriram, sendo que ocorreram um conjunto de ações erradas, que necessitei lidar e nem sempre estive bem para isso. A minha amiga cobra que sentia inveja até mesmo dos caras que eu gostava, existem coisas imperdoáveis e ela é uma dessas coisas. Se eu pudesse trazer uma parte do passado de volta, eu escolheria aquela que me motivava, que nunca precisei me rebaixar para me engrandecer com coisas pequenas, passageiras ou desejos alheios, e quando tudo parecia estar sobcontrole. Não fui apenas usada, pois também usei de forma não abusiva e nem tóxica, eu acredito que tudo têm pesos diferentes, que quando eu coloco certas coisas na balança, eu sinto que posso perdoar ou simplesmente ignorar.
Cresci sem amigos praticamente, a minha melhor amiga de infância era a pessoa que eu podia conversar e brincar. Enquanto o meu melhor amigo de infância, a gente podia brincar apenas e eu precisava evitar ao máximo contar qualquer coisa para ele, porque ele contava para a mãe dele e ele era manipulador em certas coisas. Na escola, eu conheci uma garota que era cheia de vida, que ela não conseguia me deixar quieta, que acabou se aproximando e até mesmo sendo legal. A gente conversava, principalmente por ligação, éramos o oposto e isso era muito engraçado, poder ouvir as histórias dela e os caras que ela se envolvia, era quase como um universo paralelo ao meu e mesmo tentando me afastar ou melhor me isolar, ela sempre me procurava e tentava fazer eu me soltar e rir. Ao longo dos anos, a gente seguiu assim e algumas vezes nos afastavamos pelos nossos jeitos serem diferentes, então me aproximei da cobra, que se tornou carne e unha comigo e as vezes essa minha primeira amiga de escola se aproximava novamente e eu podia ser sincera, além dela saber o que acontecia, inclusive que a cobra ficava com os meus crush's, do exibicionismo dela, o pau que queriam dar nela e as humilhadas que ela passava. A minha amiga de infância sempre dizia que ela não prestava, todavia todo mundo dizia que era inveja e na verdade ela estava certa.
Nunca fiz barraco ou deixei de ser amiga de uma pessoa por conta de macho, eu achava isso muito ridículo e ainda acho, duas garotas brigando por um escroto que se acha o pica do universo. Não saberia nem o que fazer com duas garotas com ele e o pior é que aposto que ele não sabia nem se lavar direito. Um moleque e duas malucas completamente desorientadas, que acabavam promovendo um show de horrores na porta da escola e até era engraçado na época, ao mesmo tempo muito triste. Ao longo do tempo e convivência, a cobra começou a mudar o seu comportamento, parou de ser uma cadela no cio e começou a se tornar uma estudante focada. Óbvio que temporariamente e é pela total falta de personalidade dela, entretanto certas coisas não mudam e está impregnado na nossa essência. Ela poderia ainda estar convivendo aqui em casa e a nossa amizade poderia estar inabalável, se ela não fosse tão narcisista e sociopata, então só restou bani-la, deixar ela conviver com a mãe, que ela tanto despreza e por conta disso sou capaz de perdoar muitas coisas, porém ela nunca vou conseguir e nem olhar na cara dela sem sentir desprezo. A gente acaba se apegando nas pessoas, mesmo com o tempo passando e tudo mudando a gente sente como se algo puxasse a gente para trás, tipo aquelas cenas de filme em que o zumbi sai da terra e agarra o pé de um humano completamente desorientado. Nem todo passado pode ser enterrado e esquecido, alguns deles estão tão presentes na nossa vida, que precisamos aprender a conviver com eles e perdoar, creio que o mais difícil foi eu mesmo me perdoar, por eu ter confiado em pessoas que não eram recíprocos a nossa relação, que ficou desgastante e levamos alguns tombos que nos derrubam ao ponto de não sabemos se vale a pena levantar. Eu fiquei um bom tempo sem saber no que me apoiar, mas precisei de ajuda para conseguir me firmar e dar cada passo.
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