Ela vive dopada
Anestesiada da dor.
Fiquei apática;
Entretanto, eu ainda choro
Os remédios não me derrubam,
Os efeitos acabam.
Então começa tudo novamente...
Um zumbi com olhar diferente.
Vago perdida,
Sou uma causa perdida.
Não bebo álcool e nem uso drogas,
Tenho noites longas.
Meu coquetel é sagrado,
Dependo deles para seguir existindo.
Tremores e respiração ofegante,
Esse é a realidade de um dependente.
O tratamento não me deixa estável.
Pensei que fosse tratável,
No meu caso é pouco provável.
Me dê as cartelas para me libertar daqui.
É cansativo me forçar para ser sociável;
Ou amável.
Toda a minha grosseria
Não significa que não posso ser calmaria.
Não é só mais um dia ruim,
São anos ruins.
Eu preciso sobreviver
E chorar no chuveiro.
Ninguém pode saber ou ouvir,
As lágrimas são difíceis de controlar.
Meus olhos precisam não fazer contato;
O chão é que sabe do meu sofrimento.
Meus sonhos se foram.
Fui de viver
A sobreviver.
Não sinto nem vontade de escrever.
Não sinto medo da morte,
Pois sinto que perdi grande parte.
Não existe cura,
Então qual o motivo de prolongar mais?
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