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Fim da greve

A greve está chegando ao fim, o inferno dos acadêmicos está voltando, após uma derrota com o governo depois de mais de 2 meses, a desmotivação de ensinar irá até triplicar e quem irá sofrer é nós. Sinto até uma pontada no peito de lembrar das provas, realmente não sei se vou aguentar esse curso e já tenho um plano B, o curso de sistema de internet na própria instituição. A familiarização com os professores não influencia, entretanto, talvez um estágio me faça reconsiderar aguentar as disciplinas. Me sinto mais confiante com o laboratório, que já me fez questionar e sentir medo. Sinceramente, não acredito que haverá algum impedimento, como uma greve, para não seguir na sequência o curso e isso será desgastante. O meu irmão começou outra engenharia em uma instituição privada e existe uma grande diferença, obviamente a greve não afetou eles e não sei como ele é avaliado, mas obviamente existe uma grande diferença. Aliás, ele só deseja o diploma, pois tem experiência e cunha para ajudar, enquanto só me resta uma universidade prestigiada e lamento pelo meu irmão não persistir comigo na federal e o nosso conteúdo seria semelhante.

Só de olhar o caderno, eu quase arranco os cabelos da cabeça e não seria a primeira vez, acredite que nenhum salário é suficiente para pagar o sacrifício, determinação e desgaste mental. Quando pesquisamos os salários das profissões, deveria haver um alerta de spoiler de como será o curso e que nem sempre será recompensado justamente por isso. Alguns demoram mais para concluir e os outros apresentam maior dificuldade (meu caso), não sei até quando irá valer a pena ou quanto tempo eu tenho. Não consegui nem o meu diploma do técnico, portanto não é uma opção ser um técnico agora, porém o meu currículo já está pronto e um salário seria ótimo. Infelizmente, as vagas para estágio remunerado não é suficiente para uma disputa justa e as chances são baixas, mais difícil ainda para quem não é puxa saco e os piores professores que adoram uma pesquisa. Longe da minha admiração, o pior professor da instituição que se recusa a explicar e humilha os alunos por ter um doutorado, um diploma que não serve nem para papel higiênico e até uma espiga de milho serve. Não consigo fingir o meu desprezo, alguns dos professores mais exigentes estavam lá como voluntários para produzir material de limpeza, como água sanitária e sabão, inclusive o próprio coordenador do curso técnico de química.

Inicialmente, todos os meus professores eram "contra a greve" e justificavam, que não podiam ir nas assembleias por estarem dando aula e só desocupados iam nessas reuniões. No entanto, durante a greve não houve nenhum voto contra e o número de participantes aumentou. Odeio hipocrisia, principalmente por aqueles responsáveis pela nossa educação e formação, porque a índole é duvidosa. Como confiar em um engenheiro assim? Os trabalhadores terceirizados continuaram diariamente lá, sem greve, enquanto isso a minha psiquiatra estava de greve, que é uma servidora e atende no consultório particular dela. Já a tia da limpeza, que recebe um salário mínimo está trabalhando normalmente. Nem com aula ou greve, eu ainda não entendo nada com nada. O prazo ficará menor, o semestre irá encolher e irão nos sobrecarregar com uma pilha conteúdo e avaliações. Antes da votação, os votos estão definidos para findar a greve, a instituição está fazendo reuniões e tomando decisões para o semestre. Espero não ter aula no natal e no ano novo, um recesso é justo e necessário nessa época, sem reavaliações e prorrogações agonizantes. Perdi até o meu crachá para entrar na instituição. Organizei os meus cadernos, tentei imprimir os exercícios e facilitar futuramente como me organizar para estudar as matérias. Sinceramente nem sei mais o que quero.

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Criado por Erika Galvão, 2024.

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