Senti uma enorme necessidade de compartilhar uma descoberta que me fez odiar mais ainda a minha ansiedade. Essa publicação é para mulheres e homens que querem fazer as mulheres felizes, pois a curiosidade aguçada pode ser interessante para quem convive e é consciente que não é só o prazer masculino que importa. Tu já ouviu o termo “vaginismo”? Não é uma dieta alimentar e nem a religião da vagem. Algumas mulheres mais sofrem no sexo do que sentem prazer, primeiro você acredita que será nas primeiras vezes ou muito tempo sem ter contato algum atrapalha. Algumas mulheres sofrem de uma ansiedade tão crônica que não conseguem sentir prazer, pois não se dilatam e nem ficam lubrificadas. Eu odeio tocar em assuntos tão particulares, pois sinto que está fora do planejado e o nível cai, porém é importante ter autoconhecimento dos desejos para buscar uma solução e aliviar a tensão.
Muitas pessoas que passaram por situações assim, evitam relações íntimas e se sentem culpadas. Só que muitas vezes, os caras nem notam o desconforto na hora, então tá errado também e parece que o prazer está limitado ao cara. Sendo que não é bem assim, muitos caras não param e nem perguntam, pois eles são egoístas. O pior de tudo é a culpa que sentimos por não estar sintonizado ao ato como o outro está, essa necessidade de reprimir e focar em dar, sem receber, muitas vezes já passei por situações que a única coisa que eu sentia era dor e precisei me calar para não sentir a culpa. A sociedade deveria debater mais sobre esse tema, sem essa de tabus e dar autoconhecimento para que mulheres compreendam, pratiquem de uma forma que amenize a ansiedade da relação íntima, além de conscientizar uma parte dos homens para eles terem consciência disso sem procurar culpados. Desde criança, somos ensinados a reprimir e fingir bem estar, só que a ansiedade não é como botão que podemos simplesmente apertar, ao longo dos anos eu descobri muito sobre sentimentos, principalmente ruins, que optei por reprimir, tanto que no final fiquei pior do que antes.
A ansiedade é como erva daninha, ela vai brotando de inúmeras formas em lugares, até que um dia você percebe que não consegue mais sair de casa e começa a ter crises de pânico. Eu não imaginava que ela poderia dificultar o prazer de inúmeras formas, as pessoas pensam que prazer é só sexo e esse é só mais um meio, o desequilíbrio químico na minha mente me limita, tira a felicidade e o prazer. Por muito tempo acreditei que era eu o problema e precisava suprir, então percebi que a pessoa nem me notava ali junto dela. Por qual motivo eu deveria me empenhar? Era só um momento que ela transformava dela e a minha ansiedade é desgastante, o meu controle é zero, uso medicamentos para ter um bem estar e sei que não é minha culpa viver assim, todavia não aceito dizer que sou só ansiedade e depressão com ramificações. Eu era uma crente ativa, eu era a garota que dava as respostas, eu era a garota que explicava para alguém antes da prova, eu era a menina dos olhos da minha mãe, eu era a garota que queria que o pai dissesse uma vez que se orgulha de quem eu sou, eu era a garota que sempre estava disponível para conversar com as amigas, hoje estou evoluindo para ser uma mulher dando sequência aos estudos, amo animais e com vários sonhos. As pessoas olham para o meu braço como se eu fosse aquelas marcas, porém elas são só uma parte da minha história e existe a possibilidade de termos uma crise de ansiedade em qualquer momento.
Eu não conhecia o termo “vaginismo”, mas ao mesmo tempo tinha consciência de que o prazer meu só dependia de eu mesma e o poder da minha mente pode fazer qualquer coisa acontecer. Ninguém vai descobrir o que te faz ser realizada, a minha ansiedade e o nervosismo são massacrantes, todos os dias é a mesma coisa e nem consigo ter satisfação em pequenas ações normais do dia a dia. Vivo com o corpo no presente e a mente lá na frente ou lá no passado, quando tentam me trazer para o agora não consigo e então vem aquele tom de voz como se eu tivesse retardado, eu curto ficar com alguém e não sou debilitada, apenas quero limites para cada um e se eu não for respeitosa, eu quero saber para mudar. Respeitar um simples “não”, já muda o clima e até uns carinhos demonstra gentileza. O pior é que são raros os seres com empatia e isso dificulta ter qualquer intimidade, afinal ela acaba sendo violada e aproveitada por terceiros.
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