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Quem faria mal a um gato? Como se incomodassem alguém aqueles anjinhos, com uma doçura indigna para um mundo tão cruel e dói saber que nunca mais irei ver eles. Uma certeza que eles levaram é de que fiz o possível para ajudá-los e tornar a vida deles um pouco melhor, aliás todos merecem ter um lar que será o nosso refúgio para rir e chorar. Fomos escolhidos a pata para sermos uma família, envenenar qualquer ser deveria ser um crime hediondo com penas rigorosas para um ato desumano e jamais perdoaria alguém que fizesse algo do tipo. Quando vou no quarto delas parece tão vazio e deprimente com a Lilith apenas, que é uma das gêmeas das gatinhas, ela se senti sozinha, então trago ela enrolada no cobertor para a cozinha no meu colo e ela se senti segura. A outra gêmea é a espírito livre e demonstra indiferença por todos, sinto falta do trio, que foi rompido pela morte e agora quero uni-las para serem livres pela casa. Sem riscos delas estarem na rua, a coleira é sinal de que elas têm um lar provisório e aparentemente definitivo.
Falhei com o Bob e não vou falhar de novo, as gêmeas lembram um pouco a cor do pelo dele. A morte dele foi tão horrível quanto a da Grey, mas a dele durou dias e cuidamos deles como podíamos, então ele descansou e simplesmente cansou de lutar. A Lilith foi a minha melhor amiga desde o início nós éramos próximas, eu amei o jeito dela, inicialmente ela era a revoltada por morder e arranhar sem maldade, sempre de cara fechada, desconfiada e cara fechada. Ela é a única que volta pela comida geralmente, ela anda com a coleira como se tivesse nascido com ela, confia quando está no meu colo e não vejo a hora dela ir para a minha cama. Então a Greyzinha se aproximou no tempo dela e adorava ficar por perto sempre, ela se foi do nada assim como quando ela se aproximou com total confiança e ela confiava que eu ia salvar ela, todavia eu falhei e perdi a minha nova amiga.
Gostaria de entender o motivo de Deus não proteger seres tão puros e bons, que merecem o paraíso, mas aquela agonia é muito cruel e enquanto uma pedra sem vida não senti dor, nós sofremos e pagamos um alto preço pela vida que circula nas nossas veias. A morte é uma certeza, no entanto nunca acreditei nela até eu ficar frente à frente, perdi seres queridos e me recusei a aceitar, ainda tentei vencer o invencível e perdi. Na verdade o paraíso parece pequeno para seres tão bons, em alguns casos convivi pouco ou nem precisei conhecer para sentir compaixão, enquanto os (ir)responsáveis machucaram fisicamente e psicologicamente, sem nenhum pingo de compaixão. Enrolo todos os seres de quatro patas nos cobertores, faço as camas e gasto de forma extravagante para eles ficarem confortáveis, ainda são frágeis e cada vez mais tenho certeza que eles são anjos enviados para trazer amor e nos proteger. Tomará que dêem um basta nas maldições dos gatos, que andam sendo vítimas letais de uma causa desconhecida e injusta.
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