
Aprendi que não posso tomar os meus remédios para dormir acompanhada, quando eu for “dormir” com um cara, preciso ficar com um olho aberto e o outro fechado para não acabar com uma mão no meio das minhas pernas, não foi uma vez apenas que aconteceu e nem com um único cara. Antes eu tenha uma crise do que passar o dia dolorida, sem conseguir sentar e ao mesmo tempo chorando pela falta de consideração. Na hora, eles dizem que não conseguem simplesmente parar, parece que os hormônios e feromônios tomam conta do corpo deles, apenas pedem desculpas na hora e depois, ainda tentam virar o jogo, como se fossem dementes e as vítimas . As desculpas não apagam nada e nem resolvem o problema de todo o ocorrido, podem simplesmente mascarar a falta de caráter e isso não é suficiente realmente. Sei que é repetitivo esse assunto, entretanto acontece com a filha, a esposa, a mãe ou qualquer outra mulher da sua vida. Os pais sempre preferem acreditar que isso nunca acontecerá com a sua garotinha, ninguém está imune destes sem caráter, por isso que desde pequenos precisamos aprender sobre o nosso corpo e em lugares que devem serem respeitados sempre.
Nem com namorado, nem com um amigo, ficante ou casual, pois qualquer um pode ser como um macho no cio. Prefiro passar a noite acordada, chorando, vendo a pessoa dormir, me virando de um lado para o outro, me autolesionando, ou qualquer reação sem a minha medicação de sempre com uma alta dosagem para eu apagar completamente. Muitos caras negariam fazer isso, afinal ninguém planejará uma excitação fora de controle e inaceitável para com excitação fora de hora, simplesmente inaceitável para com a outra pessoa. Imagine ao contrário, o cara louco de sono, dopado, apagado e eu penetrando algo nele, seria algo horrível, então é assim que eu me sinto. Foi o modo que percebi o que de fato estava acontecendo, não era uma relação de ambas as partes envolvidas, nem mesmo foi uma brincadeira, nem provoquei e nem o fato de estar na casa da outra pessoa ou em qualquer cama servirá de justificativa para algo do tipo acontecer. Um ser desprezível que machuca intencionalmente e senti prazer, deveria estar em uma jaula e a chave jogada no Oceano para nunca mais acontecer isso novamente. Se um juiz coloca um preço para estipular as ações ou simplesmente aceita a história que transmite a culpa para outra pessoa, eu tento imaginar a filha dele sentada diante dele e o restante culpando ela. O juiz sentado na plateia perdeu o seu medo
Compreendo que é estupro se eu fizer a inversão na história, mas além da palavra ser pesada para descrever a situação, essa é a realidade e ainda tem aqueles que culpam a pessoa errada, pois se consenti em dividir a cama e passar a noite com alguém, que isso provocará algum tipo de relação, todavia não sou parte de um pacote completo que inclui todo tipo de libertinagem. Em primeiro lugar, sempre vem o respeito, no entanto, quando eu troco os sujeitos e os fatores da história, percebo que é um estupro, pois ninguém merece ser forçado a fazer algo assim. Muitas pessoas preferem viver em negação, pois quando você aceita, parece que torna real e mais doloroso, pois a lógica é deixada de lado pelo trauma que será carregado pela eternidade. Não é apenas “mais uma história de abuso ou assédio”, porque é um lixo altamente tóxico, desde um simples toque indesejado, somos todos peças raras e com valores únicos, que devem sempre ser respeitados. Quem quebra, paga; se toca, suja e desvaloriza, portanto somos seres humanos e não coisas quaisquer para sermos simplesmente deixados de lado com uma plaquinha a mercê dos outros, porque todos cometeram erros e todos devemos arcar com a falha realizada. Viver em uma sociedade passou a ser necessário o surgimento de limites das pessoas, não no pedaço de tecido, nem mesmo a forma que se porta perante os demais e quando passa a ser algo hediondo, significa que foi uma maldade sem preço e ainda assim pagam uma simples indenização para tudo sumir.
Comments