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Quem nunca se apaixonou pelo amigo do irmão por ser bonito ou legal? Ou o irmão da amiga por ser bonito, ou legal? A pessoa que gostei por mais tempo era amigo do meu meio-irmão, ele vivia aqui em casa e sempre me tratou bem, inclusive quando eu ia à casa dele estudar com o irmão dele, todos me zoavam pela proximidade minha com o irmão dele, para fazermos trabalhos escolares ou emprestando cadernos. Embora o meu colega fosse muito gentil, todos me zoavam pela nossa proximidade e isso me aborrecia por ser mentira, além de nós nos respeitarmos muito e eu não tinha muitas opções para trabalhos em grupo, no entanto, eu preferia fazer sozinha, mas todos me forçavam a ficar em grupos. Desde a primeira, éramos colegas e assim fomos até o ensino médio, eu gostava de ficar quieta e sozinha atrás da minha sala de aula, o irmão do meu colega sabia do meu esconderijo de todo aquele tumulto, ele me encontrava lá atrás, então conversávamos e ele me fazia rir. Isso se tornou rotina, eu aguardava ansiosamente pela chegada dele, porém não éramos semelhantes e ele era popular até, entre as garotas e no futebol. O meu esconderijo me possibilitava assistir à quadra e o refeitório, inclusive outros lugares que dava para brincar ou jogar. Infelizmente não era somente eu que se escondia ali, havia camisinhas, bitucas de cigarro e maconha, entre outras coisas impróprias e que eu desconhecia na época.
Antes mesmo do meu meio-irmão por parte de pai se mudar para cá, eu já era amiga do futuro amigo dele, naquela época comecei a gostar dele por ele me notar e por ser paciente. Quando ele e o meu irmão começaram a andar juntos, eu já gostava dele e ia à casa dele por conta do irmão dele ser meu colega e era conveniente saber que ele estaria lá. O caso raro de um popular que reparava na esquisitona, me fazia rir, ele teve alguns relacionamentos, inclusive com uma guria da igreja que nós frequentamos na época e eu até ajudava eles, porque eu era uma criança e ele gostava dela. Sinceramente ele não parecia me ver como uma garota, assim como o restante, entretanto ele me via como um ser humano e o restante nem tentava, ele reparava até no meu tênis e zoava até um casaco que era verde berrante, daí ele me chamava de abacate pelas cores. Quando o jogo virou e ele começou a vir aqui fazer "coisas de garotos" com o meu irmão, ou seja, ser escroto, mas não comigo. Ele ficava aqui em casa, eu tinha uma forma estranha de demonstrar, eu ficava dando tapas e beliscos por causa das piadas ou quando me fazia cosquinhas. Sobrou até para o meu quarto, eles iam assistir televisão lá e programas pesados para crianças, todavia era o filho querido do meu pai pelo peso na consciência dele. Pergunto-me sobre o paradeiro do meu crush e como ele está, infelizmente ele fez péssimas escolhas e ele merecia mais, muito mais, se conformou com tão pouco e se jogou em algo tão fútil, nem a paternidade fez ele reagir e seguir um caminho melhor. Por outro lado, o irmão da minha melhor amiga era do tipo que parava a aula toda para assistirmos ao jogo na quadra, ele era um pão e algumas meninas caíam matando, enquanto outras inventavam histórias para ficarem por cima. A boca salivava, a reza era só uma quando eu ia visitar a minha amiga, 'tomará que ele esteja lá', poucas vezes funcionava e ele não parava. Geral surtava por eu ter alguém que me permitia aproximação, enquanto algumas forçavam uma aproximação ou estórias.
O jogo virou comigo, já tive o irmão desejado por pessoas próximas ou pessoas que tentaram se aproximar da minha pessoa para chegar nele. Sinceramente, eu até achava divertido e um pouco nojento o desespero misturado com aquela paixãozinha de leve, as pessoas diziam que eu tinha ciúmes, mas não foi o caso e nunca vi os relacionamentos das minhas amigas como um problema evidente e alguns deles realmente nos afastaram, aliás, alguns não sabem a verdade e me culpam pelo fim da amizade, que descobri ser inexistente. Não sei como as outras pessoas lidavam com todas as segundas intenções envolvendo amigos ou irmãos delas, não creio que seja um problema para elas, já que sabemos reconhecer o valor de uma amizade verdadeira ou falsa atrás de biscoito. Embora o irmão da minha amiga fosse desejado por quase toda a escola, a nossa amizade não girava em torno disso, tanto prova que ela vivia aqui em casa fazendo coisas de garotas e eu nem ficava indagando ela sobre ele. O meu meio-irmão era mais fácil de lidar com o amigo dele, porque ele não sabia da minha paixãozinha e a gente nem conversava praticamente, aliás eu conversava mais com o amigo do meu irmão, do que com o meu próprio irmão e o meu irmão não parecia gostar, enquanto eu parecia não ligar, na verdade, eu não ligava mesmo e não era problema dele. O meu irmão caçula facilitou bastante com os amigos deles e nunca vi eles como uma opção, a grande maioria nos conhecemos desde a primeira série ou nos jogos infantis. No entanto, isso não impediu que uma namorada dele me procurasse e tentasse se aproximar, com um desejo repentino de amizade comigo, mesmo havendo uma certa diferença de idade entre a gente. Esse é o tipo de coisa que costuma acontecer na juventude, portanto essas memórias estão eternizadas na minha memória.
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